Grandes sanfoneiros do Brasil

Atualizado em 16/04/2020.

Sanfona, gaita ou acordeon? Já que a dúvida parece ser unânime fomos pesquisar esses instrumentos. E ao que parece é realmente apenas uma questão de nomenclatura, já que todos esses termos se referem ao, em português, acordeão! De maneira genérica para os gaúchos é a gaita, no Nordeste é sanfona (interior de São Paulo também) e no resto do Brasil acordeon.

Com relevância bastante significativa no Rio Grande do Sul, cidades interioranas de São Paulo e especialmente no Nordeste, inclusive com a criação do estilo musical forró, este instrumento ganhou destaque na formação de bandas e muitas vezes é executado com propriedade solo também. Não por acaso os nomes consagrados do acordeon, em sua maioria, vêm do Nordeste. Será que você já ouviu falar de alguns destes sanfoneiros?

Luiz Gonzaga

Talvez o mais conhecido nesse meio musical, chamado até de Rei do Baião, Luiz Gonzaga do Nascimento encantava as pessoas desde pequeno pela sua maneira de tocar sanfona. A origem nordestina ficava muito clara na maneira de se vestir, sotaque e o próprio estilo musical.

Luiz Gonzaga nasceu em 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, em Exu, distante cerca de 600 km de Recife, capital pernambucana. Além de sanfoneiro, foi compositor e cantor, sendo uma das mais importantes figuras da música popular brasileira. E foi através da sua música que conseguiu levar o xote, baião e xaxado aos quatro cantos do país, retratando muitas vezes em suas letras a realidade da pobreza, tristezas e injustiças do sertão nordestino.

Dominguinhos

José Domingos de Morais tinha na figura paterna um conhecido sanfoneiro e afinador de sanfonas, o mestre Chicão. Como dizem que a fruta não costuma cair longe do pé desde pequeno Dominguinhos já se interessava por música e aos seis anos de idade aprendeu a tocar sanfona. Com curtas apresentações em feiras livres da cidade e portas de hotéis, o menino de Garanhuns, agreste pernambucano, ficou conhecido como nNeném do acordeon.

Nascido em 12 de fevereiro de 1941, foi em uma dessas apresentações na porta do hotel que teve a honra de conhecer Luiz Gonzaga, na ocasião hospedado por lá. Impressionado com o menino, Gonzaga convidou Dominguinhos a ir ao Rio de Janeiro, estudar acordeon em Recife e posteriormente fazer parte do próprio grupo musical. E foi desta forma que ganhou status de músico e arranjador, consolidando carreira própria, com gêneros musicais como bossa nova, jazz e pop.

Sivuca

Severino Dias de Oliveira, o Sivuca, nasceu em 1930 e além de sanfoneiro foi compositor de choros, frevos, forrós, baião, blues, jazz, entre outros ritmos. Desta maneira contribuiu no enriquecimento da música brasileira, compondo trilhas para os filmes Os Trapalhões na Serra Pelada (1982) e Os Vagabundos Trapalhões (1982), por exemplo, e também recebeu reconhecimento internacional por seus trabalhos.

Foi com nove anos de idade que ganhou uma sanfona do pai e aos 15 começou a fazer parte da Rádio Clube de Pernambuco, na cidade de Recife. Em 1955 foi morar no Rio de Janeiro e em 1958, depois de muitas apresentações na Europa, optou por morar em Lisboa. No ano seguinte foi trabalhar em Paris, onde ficou por quatro anos.

Lucy Alves

Lucyane Pereira Alves, consideravelmente mais jovem do que os demais sanfoneiros apresentadoso aqui (nascida em 1986) começou sua vida artística aos quatro anos de idade. Paraibana de João Pessoa, já teve a oportunidade de gravar e tocar ao lado de Dominguinhos, Sivuca, Oswaldinho do Acordeon, entre outros grandes sanfoneiros.

Lucy Alves, como é conhecida, já foi violinista na Orquestra Infantil da Paraíba, solista das Orquestras Sinfônicas da Paraíba e de Recife e da Orquestra da Câmara de João Pessoa, além de tocar violino no Conservatório Musical da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Lucy é graduada em música pela UFPB e ganhou repercussão nacional ao participar do programa de TV The Voice Brasil, sendo uma das finalistas e assinando contrato com a gravadora Universal Music.

Oswaldinho

Exceção entre os nomes acima, Oswaldo de Almeida e Silva, conhecido como Oswaldinho do Acordeon, não é nordestino. Natural de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, é filho do popular Pedro Sertanejo, nascido no Sertão da Bahia, mas que fez seu nome ao morar e ser o pioneiro dos forrós em São Paulo. Oswaldinho, hoje com 62 anos, teve grande sucesso com a fusão da 5ª sinfonia de Beethoven e ritmos nordestinos, e em 1976 conheceu o professor italiano Dante D\’Alonzo, quando começou a estudar música realmente.

Buscando sempre aprimoramento o sanfoneiro conquistou uma bolsa de estudos no Conservatório Dante de Milão e firmou seu nome no exterior encantando os europeus com o jeito animado e apaixonado de tocar como brasileiro. No currículo exibe gravações com estrelas da MPB, como Elba Ramalho, Edson Cordeiro, Caetano Veloso, Milton Nascimento e outros, além de participar de festivais e encontros com os maiores sanfoneiros do mundo. Oswaldinho é uma das principais referências, ainda em atividade, em acordeon no Brasil.

Voninho

O goiano Voninho, aclamado como o “Rei da Sanfona”, foi o primeiro sanfoneiro a ganhar Disco de Ouro no Brasil (1981 – “Sanfona Lascada”). O instrumentista, cantor e compositor brasileiro começou a vida musical aos 12 anos de idade, tocando em festas das comunidades rurais de Goiás durante os anos 50. Além dos shows em trio e discos gravados, permaneceu alegrando bailes pelo país. Seu sucesso foi Dois Pra Lá, Dois Pra Cá do disco “Rei da Sanfona” (1980|Danúbio). 

Como sanfoneiro, participou de inúmeros trios musicais, como Maurico, Maurozinho e Voninho, “Carlito, Baduy e Voninho”,  “Irmãs Freitas e Voninho”, “Irmãs Rodrigues e Voninho”, “Os Federais e Voninho”, “Trio Alto Astral e por fim, formou uma banda com Divininho e Zildomar. Ele gravou, ao total, 62 álbuns em 42 anos de carreira, sendo 21 discos de solos instrumentais.

Fantástico, não é? E embora seja uma influência fortemente nordestina será que algum destes sanfoneiros e suas músicas já fez parte da sua vida em algum momento?

Conta pra gente! 😉

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